Teresinenses que não torcem pelo Brasil na Copa do Mundo: Eles existem

O clima de copa parece tomar conta de tudo e de todos durante o torneio. Só parece. Há aqueles que não se envolvem pelo momento, e até aqueles que (pasmem) torcem por rivais da seleção canarinha

De quatro em quatro anos acontece a Copa do Mundo de Futebol. O Brasil, pela sua tradição e por ser o único pentacampeão, entra sempre como favorito. Diante disso, corações batem mais forte, e a expectativa gira em torno de mais um título para o nosso país.

2010 está aí para confirmar tal fato. Por todo o Brasil não se fala em outra coisa. Na televisão, nos jornais, nas escolas, no ambiente de trabalho, o assunto é o mesmo: Copa do mundo. Não é diferente em Teresina, onde já se vê ruas enfeitadas, pessoas circulando vestidos com a camisa da seleção, lojas lotadas de produtos verde e amarelo, carros estilizados com bandeirinhas do Brasil, dentre outros.

A maior competição do futebol mundial faz parar bancos e supermercados. Estes, na copa, organizam seus horários de funcionamento, de acordo com os jogos da seleção brasileira.

Todavia, há os que consideram o ano da copa do mundo como qualquer outro. Isso acontece, principalmente, entre o público feminino que não gosta de futebol. Alguns aproveitam para ler livros, assistir filme, fazer compras. Porém, outros não fazem nada, simplesmente seguem a sua rotina natural.

Existem outros, entretanto, que amam futebol, são brasileiros, piauienses, teresinenses, pentacampeões, mas não torcem para o Brasil. Alemanha, Itália, Argentina, são alguns dos países escolhidos para a torcida. Railson Raimundo é um desses torcedores teresinenses. Sua história com a Argentina, seu país de coração, iniciou em 1993. Ao ligar a televisão, nas eliminatórias para a copa de 1994, a Argentina estava perdendo de 5 a 0 para a Colômbia. O que chamou a atenção de Railson foi a torcida argentina. “Mesmo o time perdendo, a torcida gritava e chorava pelo país. Me apaixonei, neste momento, pela Argentina”, afirma o torcedor.

Railson, apaixonado pela maior rival da seleção brasileira

Luciano Alves, operador de telemarking, de 32 anos também está nesse time. “Não torço para o Brasil porque acho que é tudo marmelada. Os jogadores são todos comprados. Deixam de ganhar a Copa se tiver dinheiro envolvido nisso. Acabo torcendo para outras seleções, como a Argentina”, afirma.

Há ainda os decepcionados, que deixaram de torcer para a nossa seleção. Luzia Maria de Sousa Oliveira, de 56 anos, se traumatizou com a copa da Alemanha de 2006. Ela afirma que um jogador não evitou o gol da equipe adversária porque ele foi ajeitar a sua meia. “Se eles não são patriotas, porque eu vou ser?”, pergunta. Segundo ela, tudo que se faz na vida tem que ser feito com seriedade. “Eu estou na minha casa, com tudo preparado, e eles não se empenham suficiente para vencer”, ressalta.

Mas nem sempre os motivos para esta “traição” são passionais. Às vezes o torcedor brasileiro se identifica com o futebol de outros países. “Quem gosta muito de futebol, de tanto acompanhar acaba se identificando com um estilo de jogo, que é a forma de jogar de algum time. Essa admiração acaba virando paixão, que transforma um admirador em um torcedor”, revela Ezequiel de Melo, que torce pela Alemanha. André Luiz já é bem mais sucinto ao justificar sua preferência. “Quis sair da mesmice e sou fã do futebol italiano”, revela.





















Por: Ana Luíza Floriano

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